quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Uma mente inquieta... e desfocada

Concentração, não trabalhamos. Ao menos, não mais.
Sempre tive mania de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, uma dificuldade absurda de foco, a única coisa que me prendia, a âncora da minha atenção, era a leitura. Para meu total desespero, percebo que não é mais.
Quando eu era criança não tinha muitas formas de lazer, habituei-me a ser uma leitora voraz e, claro, isso só me ajudou durante a vida, imagino que nunca teria passado no vestibular se não tivesse desenvolvido minhas habilidades como leitora, que me ajudaram muito a permanecer por lá também. Mas a realidade mudou, e noto como minha capacidade de concentração vai se esvaindo, entre verificar o whats, ser marcada em posts do facebook e afins.  Sem contar a infinidade de acesso que passei a ter a HQ´s, filmes, seriados, jogos. Às vezes gasto mais tempo decidindo o que vou fazer do que, de fato, fazendo.
E, vejam, eu sou da tão famigerada geração Y, vi o desenvolvimento da tecnologia, mas cresci num mundo sem ela. Imagino como é para os meus alunos, que desde a mais tenra infância já era puxados por todos os lados para essas múltiplas atividades, decidir o que fazer num determinado momento e efetivamente manter o foco. Do que adianta, em tese, termos acesso a aprender finlandês pela internet, se nosso dia continua tendo apenas 24h?
Chega, o blog também é apenas uma distração, voltarei a tentar ver um filme, ler um livro e acompanhar alguém no twitter. Ao mesmo tempo. Porque não consigo hierarquizar atividades.

Um comentário:

Anônimo disse...

Também sou da geração Y e lembro de ter tempo para fazer tudo o que queria. É tanta informação nos cercando que é sufocante filtrá-las e selecioná-las de uma forma que não afete nossa saúde e ao mesmo tempo nos elucide. Desde que surgiram, as cidades são vistas como forma de oprimir um indivíduo, com sua capacidade de deixá-los invisíveis. Hoje, porém, não se precisa viver num centro urbano para se sentir um número na sociedade, basta ter internet e estar associado às redes sociais. Tudo é estatística e tudo se transforma em problemas e causas a serem lutadas. Não que esteja errado lutar por uma causa, mas com tantas por ai, quando vamos saber quais definitivamente poderão deixar nosso mundo melhor?

Claramente, é fácil se desvirtuar de algo, como acabei de fazer. Muita informação pra filtrar, não?