terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Inveja

Aprendi a ser uma boa menina. E, a bem da verdade, acho que sempre tive a boa menina dentro de mim... tirando os pecados. Tendência natural, corrupção, seja lá pelo que for, os pecados me são atrativos.
Menos a inveja. Odeio a inveja. Não há nada de prazeiroso, como há na preguiça, na luxúria, na gula. Nem mesmo o alívio de odiar.
A inveja me incomoda, me aperta. Odeio invejar.

Não porque odeie ser má, odeie pecar. Odeio porque me lembra que sou mortal, falível e inferior. Odeio que sejam melhores que eu.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ceder espaço na casa... na alma

Final e começo de ano são épocas de um monte de promessas, de metas, de pensar no que queremos da vida, certo? Bom lá se vão mais de dez dias de 2011 e é mais ou menos nessa época que a gente começa a degringolar.
Vamos nos readaptando a mesmisse, a rotina, e daí já viu. As promessas e boas intenções acabam ficando para trás.
Eu ainda estou em clima de ano novo (porque tudo passa rápido demais e me recuso a acompanhar o ritmo do mundo), ainda ajeitando minhas coisas, me ajeitando. Minha primeira resolução é abrir espaço nas gavetas, nos armários, me livrar do que não uso para ter espaço para coisas novas. Doar as roupas, vender eletronicos não usados (só não consigo me desfazer de livros).
E terminar de usar o que comecei. Levanta a mão quem tem um perfume que não usa a meses. Agora levanta a mão quem tem uma porrada deles. Isso sem falar em cremes, shampoos e etc, que nós vamos acumulando pela metade porque achamos um mais cheiroso, porque ganhamos outro de presente, porque um terceiro estava na promoção. Acabamos com frascos e mais frascos pela metade, nunca usados, nunca descartados. Como procuro ser ecologicamente consciente, me fiz prometer esse ano que não compro mais nada enquanto tiver em casa. Hei de gastar todos os frasquinhos, reciclar as embalagens, e aí sim estar pronta para experimentar coisas novas.
E também na vida. Sabe, liberar espaço na alma, liberar os relacionamentos pela metade, pessoas que não deixamos ir, mas também não incluímos na nossa vida, sentimentos presos em algum cantinho, sonhos, metas postergadas, que nunca são alcançadas então não deixam espaço para algo novo. Vou avaliar tudo, o que precisa ser retomado e usado até o final, o que não vale mais a pena e deve ir pro lixo. Terminar o que foi começado antes para liberar espaços, forças, esperanças para coisas novas.
Se reinventar é uma arte difícil, mas necessária se a meta é viver e não apenas ver a vida passar.

Boa sorte para mim e para quem decidir me seguir nesse caminho, respeitando o passado, mas com a cabeça pra frente.