quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Uma mente inquieta... e desfocada

Concentração, não trabalhamos. Ao menos, não mais.
Sempre tive mania de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, uma dificuldade absurda de foco, a única coisa que me prendia, a âncora da minha atenção, era a leitura. Para meu total desespero, percebo que não é mais.
Quando eu era criança não tinha muitas formas de lazer, habituei-me a ser uma leitora voraz e, claro, isso só me ajudou durante a vida, imagino que nunca teria passado no vestibular se não tivesse desenvolvido minhas habilidades como leitora, que me ajudaram muito a permanecer por lá também. Mas a realidade mudou, e noto como minha capacidade de concentração vai se esvaindo, entre verificar o whats, ser marcada em posts do facebook e afins.  Sem contar a infinidade de acesso que passei a ter a HQ´s, filmes, seriados, jogos. Às vezes gasto mais tempo decidindo o que vou fazer do que, de fato, fazendo.
E, vejam, eu sou da tão famigerada geração Y, vi o desenvolvimento da tecnologia, mas cresci num mundo sem ela. Imagino como é para os meus alunos, que desde a mais tenra infância já era puxados por todos os lados para essas múltiplas atividades, decidir o que fazer num determinado momento e efetivamente manter o foco. Do que adianta, em tese, termos acesso a aprender finlandês pela internet, se nosso dia continua tendo apenas 24h?
Chega, o blog também é apenas uma distração, voltarei a tentar ver um filme, ler um livro e acompanhar alguém no twitter. Ao mesmo tempo. Porque não consigo hierarquizar atividades.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Imagine...

Um mundo no qual temos assistentes pessoais. Nunca mais ter de ligar com os detalhes do dia a dia!
Um mundo no qual as empresas de telefonia não nos enrolassem para cancelar um serviço!
Melhor, que os serviços que não quisessemos mais se cancelassem sozinhos! (tenho uma conta no BB há uns 10 anos e preciso cancelar).
Um mundo no qual as pessoas tivessem bom senso!

Estou reclamando e nem mesmo voltei ao serviço ainda. Semana que vem veremos meu humor, quando eu voltar ao fuso das pessoas normais (se é que acordar às cinco da manhã pode ser considerado normal).

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Lá e de volta outra vez

Ensaiei algumas vezes nos últimos anos, mas agora é sério, estou retomando o blog. Por quê? Eu poderia pensar em algumas explicações razoáveis, mas segundo meu professor de psicanálise, a mais sincera é apenas: Porque eu quero. Gosto de olhar para trás, de acompanhar as mudanças em mim mesma. Talvez seja hora de voltar a olhar para mim mesma. Ou talvez eu apenas tenha lido o da Roberta () e tenha sentido saudade de escrever sobre as desventuras de ser eu mesma. Ou eu tenha apenas peso na consciência porque ano passado desafiei alguns alunos a encontrarem meu blog. Coisa nada justa, já que o Nebulosa estava bloqueado há anos. (não eu não presto, qual a novidade?) Ouuuuuuuuuuuuuu eu estou com saudade de reclamar e ninguém aceita melhor minhas reclamações do que meu blog. Nada de "vai passar", de "pense positivo", de "não é tão ruim assim". Ou estou tendo um surto de saudosismo por sair da década dos vinte esse ano. Estão vendo? O mais fácil é simplesmente dizer: por que eu quero. N.B. Por que será que eu colocava tantas letras de música no blog? O.o

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Vida adulta

Lembro-me superficialmente da ideia de que seria adulta ao fazer dezoito anos. Passei meu aniversário em um motel, só porque a partir daquela data era maior de idade e precisava ir a um lugar que não podia antes. Mas creio que não me senti adulta realmente naquele momento. Eu comecei a trabalhar cedo, com quatorze fazia bicos, com quinze já tinha emprego. No entanto era muito medrosa, a única dívida que fiz foi um curso de inglês, que passei uma dificuldade absurda para terminar de pagar quando fui mandada embora. Nunca mais. Estou divagando. Citei meu começo como trabalhadora porque o trabalho não me trouxe a sensação de vida adulta. Nem o sexo, nem a faculdade. Na verdade, acho que nem mesmo a pós-graduação. Recebi o título de bacharel, de licenciada, de mestre, mas não tinha a consciência de ser, realmente, adulta. Acho que nem ao menos pensava nisso. A primeira vez que senti que entrava no mundo adulto foi quando precisei decidir o destino do meu dinheiro. Que banco? Poupança? CDB? Hoje me sinto mais adulta do que nunca, tentando administrar minhas dívidas, com vários deadlines correndo, quando vejo que sou a pessoa a quem meus alunos recorrem, eles confiam em mim e confiam no que lhes digo. E, principalmente, não há ninguém para cuidar de mim. Tenho pai e mãe vivos, graças a Deus, irmãs, sobrinha, cunhados, marido, sogra, sogro, padastro, gato, amigos. Porém minhas responsabilidades são minhas e intransferíveis. Noto só agora como fugi por tantos anos de assumir meus compromissos, como pedi que outras pessoas resolvessem meus problemas, que organizassem meus prazos, que ignorassem minhas mancadas com datas, que aceitassem minhas desculpas, que administrassem meu dinheiro. Está meio pesado, sabem. E não deve ter definição melhor para a vida de adulta do que essa sensação de que você é necessária e que não pode se dar ao luxo de deixar para lá. Ainda não decidi se gosto disso ou não.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Mudanças

Estou há dois dias lendo o blog pessoal de uma desconhecida que, aparentemente, nem mesmo escreve mais nele. Não faz mal, senti saudade de ter um blog pessoal também. Gosto de ler diários alheios, gosto de ver a humanidade em narrar seu dia a dia, a forma como cada um lida com não saber o que é certo e errado, com qual será o resultado de nossas ações. Senti falta de escrever também. De poder ler depois e ver o quanto mudei. E sempre pode ser um exercício para uma futura biografia super faturada (*risos*). Acabei de mudar minha descrição de perfil. Tirar o "estagiária", faz anos que me formei, terminei o bacharelado, a licenciatura, o mestrado. Não estou mais estagiando. Coloquei o "motorista" também. Já faz uns dois anos que passei a colaborar mais com a poluição, me libertando de uma certa relação de dependência que tinha. E troquei o "noiva" por "esposa". Sim, agora sou uma esposa. Muita coisa mudou nesses anos que não escrevi aqui. Nesse exato momento estou, novamente, em Atenas, para a minha lua de mel, faz três semanas que assinei os documentos que mudaram meu estado civil. Mas muito mais coisas mudaram aqui dentro de mim. Aos poucos eu vou deixando-as registradas por aqui, talvez na mesma ânsia tão humana de registrar "eu existi!", que está presente em tantas obras de arte nessa cidade milenar. (Embora eu não tenha tantas esperanças desse blog durar tanto como o arco de Adriano...)